SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA

Uma grande instituição financeira, com atuação relevante no Brasil e na América Latina, contratou profissionais da GRISCOM para que eles pudessem apoiá-la na superação de três desafios: (i) obter maior alinhamento ao redor de seus valores e crenças básicas, (ii) fortalecer a integridade da empresa, particularmente no que tange à incorporação de seus princípios éticos em todos os níveis do corpo funcional, e (iii) assegurar que os relacionamentos com seus stakeholders, bem como seu portfólio de produtos e serviços, estejam alinhados com os princípios éticos, promovendo maior integridade do sistema como um todo.

Para isso, foi desenvolvida um plano de ação composto de quatro passos:

Passo 1: Avaliação de documentos internos (políticas, diretrizes, estratégias etc.) fornecidos pelo banco e referentes à ética corporativa. Após a avaliação, foi realizada uma comparação dos seus conteúdos com as principais referências de mercado em termos de ética, compliance e gestão de risco, com especial ênfase para o DJSI – Dow Jones Sustainability Index e ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial.

Passo 2: Realização de entrevistas com executivos da organização, para identificação de falhas na estrutura e práticas relacionadas ao Sistema de Gestão de Ética desenvolvidas pela instituição.

Passo 3: Realização de grupos focais com colaboradores de diferentes áreas e níveis hierárquicos para avaliação de estrutura e práticas do banco. Participaram desde oficiais de compliance, colaboradores das áreas de recursos humanos, de desenvolvimento de produtos, de agências etc.

Passo 4: Levantamento e avaliação de benchmarks internacionais no que se refere a códigos de ética e de conduta, elementos de sistemas de gestão de ética e práticas de compliance.

 

Produtos Principais

Essa estratégia de ação teve um resultado muito significativo, sendo possível identificar diversos pontos de melhoria no Código de Ética Corporativo, gaps existentes entre o conteúdo de suas políticas e as principais referências em ética, compliance e risco existentes no mercado, pontos de melhoria em sua estrutura de governança, além de oportunidades de avanço nas principais práticas do Sistema de Gestão da Ética.

Um primeiro produto que ajudou muito a instituição a avançar em suas práticas de compliance e de gestão da ética foi a matriz de equivalência do conteúdo de suas políticas com as referências internacionais. Os profissionais avaliaram as políticas mais importantes da empresa e identificaram se e onde as recomendações das referências internacionais eram atendidas. Assim, foi possível identificar os aspectos que não eram considerados nas políticas e também verificar a maturidade daqueles aspectos que estavam presentes, ou seja, o quanto eles estavam enraizados na cultura organizacional. Esse produto ajudou a identificar temas que precisavam de reforço, seja em termos de treinamento das equipes, seja em termos de aprimoramento das políticas existentes.

O radar das práticas (ver figura abaixo) foi outro produto muito útil, pois, de uma maneira visual, permitiu comparar as práticas da organização com os benchmarks internacionais nos temas de compliance e ética e estabelecer prioridades para as mudanças no Sistema de Ética.

 

Radar de práticas relacionadas ao compliance e à Gestão da Ética.

 

 

Resultados

Entre os resultados que o projeto trouxe ao banco, um em particular chamou a atenção: como o banco é uma organização que busca a legalidade e a correção em suas atividades, isso era interpretado, erroneamente, como o “banco é ético por definição”. Isso fazia com que seus executivos não empreendessem muitos esforços para aprimoramento dessa área. Essa visão gerou inúmeros entraves para uma melhoria da organização nesse tema, com consequente aumento de riscos em algumas áreas, como na relação com seus fornecedores. O banco passou a observar e avaliar de forma mais cuidadosa sua conduta e evitou riscos, inclusive de fraudes.

A partir do projeto, os níveis mais altos da empresa (a partir de seu Conselho de Administração e do CEO) passaram a ver a questão da ética como um diferencial competitivo e não um obstáculo à realização de negócios. Isto teve um efeito interno significativo, pois as equipes perceberam a mudança de percepção de suas lideranças e passaram a valorizar mais o tema e as diretrizes associadas.

Também relacionado à alta gestão, um resultado relevante foi a alteração da estrutura de governança da instituição. Apesar de formalmente ligada ao Conselho de Administração, a estrutura de Ética, na prática, era subordinada ao CEO do banco, ocasionando falta de independência com relação a seus executivos.

Finalmente, um aspecto importante identificado pelo projeto foi o tema de enraizamento da ética na cultura organizacional. A partir do projeto, foi dada prioridade à educação corporativa sobre Ética Empresarial, demonstrando-se à organização que o tema era um instrumento para um melhor desempenho nas atividades diárias (e não um empecilho), o que promoveria um maior alinhamento e integridade da organização como um todo.

 

Time Griscom envolvido no projeto: Marcelo Linguitte e Rosemary França Vianna